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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O QUE É A COWPARADE

É o maior e mais bem sucedido evento de arte pública no mundo.
As esculturas de vacas em fibra de vidro são decoradas por artistas locais e distribuídas pelas cidades, em locais públicos como estações de metrô, avenidas e parques. Após a exposição, as vacas são leiloadas e o dinheiro é entregue para instituições de beneficentes.

Números
Desde 1999, já passou por mais de 55 cidades em todo o mundo, incluindo Chicago (1999), New York City (2000), Londres (2002), Tóquio (2003) e Bruxelas (2003). Dublin (2003), Praga (2004) e Estocolmo (2004), Cidade do México (2005), São Paulo (2005), Curitiba (2006), Belo Horizonte, (2006), Boston (2006) Paris (2006), Rio de Janeiro (2007), Milão (2007) e Istambul ( 2007), Madrid (2008), Taipei (2009). Ao redor do mundo, mais de 5.000 artistas participaram da CowParade, estima-se que mais de 150 milhões de pessoas tenham visto uma de nossas vacas famosas e US$ 22 milhões foram levantados para entidades beneficentes através do leilão das vacas.

Por que vacas?

Há algo de mágico sobre a vaca. Ela representa coisas diferentes para pessoas diferentes ao redor do mundo: é sagrada, é histórica, mas o sentimento comum é de carinho. Ela simplesmente faz todos sorrirem.
Servindo como uma tela de arte, não existe nenhum outro animal ou objeto que fornece a forma, flexibilidade e amplitude de uma vaca. As três formas (de pé, pastando, repousando) fornecem aos artistas ângulos e curvas para criarem obras de arte únicas. Seu modelo também permite que ela seja caracterizada. Ela pode se transformar em, outros animais, pessoas ou objetos.

Quem são os artistas?

As vacas são pintadas por artistas locais. Pintores, escultores, artesãos, arquitetos, designers e outras pessoas criativas e artísticas são bem-vindas para apresentarem um projeto para a seleção, desde amadores e desconhecidos até profissionais e famosos.

Quem são os patrocinadores?

Empresas ou amantes da arte podem patrocinar uma vaca ou um rebanho de vacas.Entre em contato para saber como levar a CowParade para a sua cidade.

Para onde as vacas vão após o evento?

As vacas são leiloadas e a renda é revertida para entidades beneficentes. Os leilões da CowParade são realizados como leilões de arte tradicional com o lance ao vivo.
Vacas em miniatura colecionável

Não é uma visita de médico

Iberê Camargo: os meandros da memória
Curadoria: Jacques Leenhardt
De 2 de outubro de 2010 a 3 de abril de 2011
Com curadoria de Jacques Leenhardt, esta é a segunda exposição do acervo que tem a sua frente um curador estrangeiro. Jacques Leenhardt é filósofo, doutor em Sociologia e Diretor de Estudos da École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris. Fora da academia, levou seu conhecimento para a prática no campo das artes, atuando como crítico desde a década de 1970. Autor de diversos livros – entre eles Nos Jardins de Burle Marx (Ed. Perspectiva, 2006) e A Construção Francesa do Brasil (Ed. Hucitec, 2008) –, foi também presidente da Associação Internacional dos Críticos de Arte.
Desenhar no espaço - Artistas abstratos do Brasil e Venezuela na Coleção Patricia Phelps de Cisneros
Curadoria: Ariel JiménezDe 30 de julho a 31 de outubro de 2010

Pude curtir no dia em que exercitamos a democracia e a cidadania uma exposição só não senão duas exposições muito interessantes, que estão longe de ser aquelas que podemos comparar a uma visita de médico. Uma exposição para interagir, refletir, integrar, ou seja, não é uma visita de médico.

Palestra Memorável

Marise Zimmermann, pioneira da Arteterapia em Porto Alegre
Estará conosco para compartilhar sua vasta experiência e trajetória no Brasil e nos EUA!
Há 24 anos trabalhando em arteterapia, foi na verdade "a" pioneira da Arteterapia aqui em POA/RS, e trabalhado de 1986 a 1990 com a equipe de Jose/Liane Blaya na no Atelier terapêutico e Clinica Pinel, tendo coordenado também o primeiro grupo de estudos nesta área em nossa cidade.
Mudou-se para os Estados Unidos, onde fez seus estudos de pós-graduação em Arteterapia.
Trabalhou como arteterapeuta durante 12 anos em centro residencial de tratamento para crianças e adolescentes com distúrbios de comportamento e emocionais graves em Illinois e atua atualmente na coordenação do Departamento de Terapia Expressiva no Hospital John Muir Behavioral Health Center, perto de São Francisco, na Califórnia, no qual a arteterapia funciona como parte de um enfoque interdisciplinar de tratamento.
Neste hospital, desenvolve trabalhos com pacientes internos, pacientes de hospital-dia e pacientes em recuperação e tratamentos de curta duração.
Marise estará conosco para partilhar sua experiência, trajetória e também alguns casos clínicos. Não perca!

O primeiro de Outubro, sexta feira,
das 18:30 hs até as 20 hs;
no auditório do INFAPA,
João Abbott, 441. Porto Alegre.

Para aqueles que não puderam desfrutar desse bate papo só posso dizer que foi um aprendizado, pois além de ser ser um relato de experiências, foi um relato de vida. Também foi um espaço que proporcionou a troca em Arteterapeutas consagrados no cenário gaúcho, nacional e internacional com aspirantes a Arteterapeutas. Maravilhoso. Parabéns Infapa.

sábado, 19 de junho de 2010

Uma manhã de sábado - trabalhando com papel machê

No sábado dia 19 de junho tive o privilégio de aprender a técnica de papel machê e também de moldar em papel machê com uma professora e amiga marivilhosa. A experiência de ateliê terapêutico com papel machê foi de muita alegria e muitas descobertas. Por isso queria dividir com quem se interessar que é muito bom trabalhar com essa técnica. A vivência: COM A LEVEZA DO PAPEL: re-significando dores ou padrões, modelando novas possibilidades por meio do papel machê*: papel picado, amassado, triturado, moído, esmagado e modelado, foi de um aprendizado que não tenho como descrever em palavras.

Oficinas

Propostas de Atelier terapêutico:

19/06 - COM A LEVEZA DO PAPEL: desmanchando dores e padrões, modelando novas possibilidades por meio do “papel machê”.
26/06 - PAPEL SOBRE PAPEL: Fortalecendo emoções a partir de mudanças, com “papietagem”. em julho - PAPEL SOBRE PAPEL: iluminando e colorindo as emoções. "Pátinas".


TRANSFORMAÇÕES: arte e emoção.
Proposta de Atelier terapêutico


Nestes encontros
arteterapêuticos
serão trabalhadas
a percepção, as sensações e as emoções, pela ação e transformação
dos meios artísticos.
explorando e redescobrindo os diferentes recursos expressivos desde o olhar da arteterapia.


Objetivos:
Dentro de um contexto arteterapêutico:
- experimentar compartilhar as múltiplas possibilidades de diversas técnicas artísticas,
- possibilitar a exploração dos sentidos,
- desenvolver a sensibilidade,
- tomar contato com materiais e novas técnicas plásticas desde um novo olhar,
aonde possam ser exploradas as emoções e os caminhos para a descoberta de si e do mundo que nos rodeia no caminho de crescimento pessoal.



Inaugurando esta Proposta:

Sábado 19 de Junho de 2010 de 9 a 12 hs
COM A LEVEZA DO PAPEL: re-significando dores ou padrões, modelando novas possibilidades por meio do papel machê*.
*papier mâchê: papel picado, amassado, triturado, moído, esmagado e modelado


Primeiro encontro:
Sábado 26 de Junho de 2010 de 9 a 12 hs
PAPEL SOBRE PAPEL: Fortalecendo emoções a partir de mudanças, com papietagem*.
*papier-collé, cartapesta, papel colado


Segundo encontro:
Julho
CORES NO PAPEL: iluminando e colorindo as emoções nas pátinas* sobre texturas de papel.
*Sobreposição de produtos sobre superfície para dar acabamento



Profissional: Angélica Shigihara. AATERGS 001/0603
Arteterapeuta. Professora e supervisora do curso de formação em Arteterapia.
Presidente da AATERGS. Associação de Arteterapia do Rio Grande do Sul.

LOCAL: AMAHANAYOM. Rua Casemiro de Abreu 662
Bairro Rio Branco – Porto Alegre

Contatos e inscrições:
E-mail: angeshigihara@yahoo.com.br
http://arteterapiacreatividad.blogspot.com/

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Porto Sempre Alegre







Algumas fotos de Porto Alegre:



Vista da Cidade





Fundação Iberê Camargo


Vista aérea do Estádio Gigante da Beira Rio


Cais do Porto

FERNANDO PESSOA


XXI - Se Eu Pudesse


Se eu pudesse trincar a terra toda

E sentir-lhe um paladar,

Seria mais feliz um momento ...

Mas eu nem sempre quero ser feliz.

É preciso ser de vez em quando infeliz

Para se poder ser natural...

Nem tudo é dias de sol,

E a chuva, quando falta muito, pede-se.

Por isso tomo a infelicidade com a felicidade

Naturalmente, como quem não estranha

Que haja montanhas e planícies

E que haja rochedos e erva ...

O que é preciso é ser-se natural e calmo

Na felicidade ou na infelicidade,

Sentir como quem olha,

Pensar como quem anda,

E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,

E que o poente é belo e é bela a noite que fica...

Assim é e assim seja ...

O essencial é saber ver,

Saber ver sem estar a pensar,

Saber ver quando se vê,

E nem pensar quando se vê

Nem ver quando se pensa.

Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!),

Isso exige um estudo profundo,

Uma aprendizagem de desaprender...


Fernando Pessoa

quarta-feira, 2 de junho de 2010

UMA POESIA




Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta.
De sol quando acorda.
De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede
Que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça.
Lambuzando o queixo de sorvete.
Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende
De ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus.
De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo
Chinelo.
Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de
Natal do tempo em queA gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas
Que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza.
Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria.
Recebendo um buquê de carinhos.
Abraçando um filhote de urso panda.
Tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra
No nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa.
Do brinquedo que a gente não largava.
Do acalanto que o silêncio canta.
De passeio no jardim.
Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume
Que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo.
Corre em outras veias.
Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está
Conosco,
Juntinho ao nosso lado.
E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Tem gente como você que nem percebe como tem a alma
Perfumada!
E que esse perfume é dom de Deus.
Carlos Drummond de Andrade

VIDAS DO FORA habitantes do silencio


VIDAS DO FORA habitantes do silencio
PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM PSICOLOGIA SOCIAL E INSTITUCIONALRamiro Barcelos, 2600 – Térreo – Sala 13
PORTO ALEGRE
Fone: 3308.5149e-mail: ppgpsi@ufrgs.brwww.ufrgs/ppgpsi.br
Participa: Barbara Elisabeth Neubarth AATERGS 023/1204

terça-feira, 1 de junho de 2010

Você é criativo?


Provamos por a+b que você já nasceu criativo
Será a capacidade de criar um dom inato? Se for, e você não o tiver, está condenado a morrer assim? Se você acredita nisso, prepare-se para mudar de paradigma!
Para saber se alguém é criativo, precisamos antes ter clareza sobre o que é criatividade. Veja algumas definições, coletadas em livros diversos:
Capacidade de elaborar teorias científicas, inventar instrumentos e/ou aparelhos, ou produzir obras de arte;
A capacidade de produzir coisas novas e valiosas;
A capacidade de desestruturar a realidade e reestruturá-la de outras maneiras;
O ato de unir duas coisas que nunca haviam estado unidas e tirar daí uma terceira coisa;
Uma técnica de resolver problemas;
Uma capacidade inata que é bloqueada por influências culturais e ambientais.
Aqui adotamos uma definição diferente e subjetiva de criatividade: uma pessoa cria quando concebe em sua mente algo que nunca viu, ouviu ou sentiu antes. Essa definição ignora o fato de a criação ser útil ou não para algum propósito ou para resolver algum problema. Mas é importante distinguir esses dois tipos de criatividade; ao primeiro chamamos criatividade pura, e ao segundo, criatividade aplicada.
A criatividade pura é um ato mental, que consiste em última análise da capacidade de combinar sons e imagens de forma subjetivamente nova, independentemente de qualquer conexão lógica com o mundo exterior. Essa definição de criatividade desloca os aspectos novidade e originalidade, beleza, utilidade, veracidade, viabilidade e implementação para um segundo momento; criar é um ato pessoal e subjetivo, a criatividade pura vem antes da aplicada. Criações não têm necessariamente que servir para alguma coisa, como solucionar um problema, dar retorno financeiro, serem maravilhosas e belas, nada disso.
Assim, se você imagina sua cabeça fora do corpo, e o faz de uma forma que nunca fez antes (não é uma lembrança), você está criando. Estará também criando nas seguintes situações:
Combinar letras para inventar uma palavra;
Combinar duas ou mais imagens para formar uma nova (imagine um jacaré comendo um tomate);
Segmentar uma imagem em formas novas ou de uma forma nova (imagine um triângulo azul e separe-o em lados e interior);
Distorcer uma imagem (imagine seus olhos inchando e saindo das órbitas oculares);
Ver uma imagem sob outra perspectiva, um diferente "ângulo de câmera" (veja seus olhos inchando de frente e depois de lado);
Combinar algumas notas musicais para formar uma melodia nunca antes ouvida;
Combinar palavras para formar uma nova frase.
Imaginar a si mesmo executando comportamentos novos.
Já a criatividade aplicada consiste tipicamente em elaborar operações que conduzem de uma situação a outra, seja de uma situação-problema para uma solução ou, mais genericamente, elaborar comportamentos que modificam uma situação percebida para uma desejada. A criatividade aplicada em geral está associada à observação de regras, padrões e limites, como:
construir frases com significado e estrutura (sintaxe);
construir melodias harmônicas e rítmicas;
observar preferências pessoais (gostos, combinações).
observar valores éticos e morais;
seguir estilos (no caso de imagens, impressionista, realista);
usar recursos disponíveis.
A criatividade aplicada tipicamente é treinável; veja por exemplo uma estratégia geral para gerar idéias diferentes na matéria
A técnica do estímulo aleatório.
Podemos concluir que, uma vez que todos nós, humanos, temos a capacidade de processar imagens e sons de formas variadas na mente, todos nós temos a capacidade da criatividade pura. Você é criativo por definição, por construção. E quanto às criatividades aplicadas, temos aquelas para as quais nos preparamos, em termos de conhecimentos e habilidades. Um exemplo de criatividade aplicada muito desenvolvida na nossa cultura é a lingüística; todos praticamos desde criancinhas a combinação de palavras, usando regras, para atingir objetivos do tipo comunicar idéias e influenciar pessoas para conseguir o que queremos.
Sendo potencialmente criativos, talvez as únicas coisas que nos impeçam de criar mais sejam não acreditar nessa possibilidade ou simplesmente não ter um motivo para fazer isso. Ou desejo.

Virgílio Vasconcelos Vilela

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Alguns pensamentos sobre criatividade

"A criatividade e a responsabilidade não se encaixam em conjunto".
- Bart Kosko, fuzzy-logisch [lógica fuzzy], 1993

"Nada incentiva mais a criatividade do que o amor, desde que seja real."
- Erich Fromm, [patologia da normalidade]

"A verdadeira inteligência trabalha em silêncio. É no silêncio em que a criatividade e a solução de problemas se encontram."
- Eckhart Tolle, "Stille spricht" [O silêncio fala]

"Nada é mais nocivo para a criatividade do que o furor da inspiração."
- Umberto Eco

"A verdadeira diferença entre a construção e a criação é esta: uma coisa construída só pode ser amada depois de construída, mas uma coisa criada ama-se mesmo antes de existir."
- The whole difference between construction and creation is exactly this: that a thing constructed can only be loved after it is constructed; but a thing created is loved before it exists
- The Posthumous Papers of the Pickwick Club‎ - Página viii, de Charles Dickens - Publicado por Dent, 1931 - 804 páginas

"Não é conhecer muitas coisas, mas sim pôr muitas coisas em contacto umas com as outras que constitui um primeiro grau de criatividade."
- Hugo von Hofmannsthal

"Criatividade sempre significa fazer o não-familiar."
- Eleanor Roosevelt

"Os elementos mais dotados da espécie humana encontram-se no auge da sua criatividade quando as suas vontades não são satisfeitas."
- that the most gifted members of the human species are at their creative best when they cannot have their way
- The Ordeal of Change: Essays‎ - Página 57, de Eric Hoffer - Publicado por Harper & Row, 1963 - 150 páginas

"A mente usa a sua faculdade de criatividade apenas quando a experiência a obriga a fazê-lo."
- Henri Poincaré

"O presente impõe formas. Sair dessa esfera e produzir outras formas constitui a criatividade."
- Hugo von Hofmannsthal

"O segredo da criatividade é saber como esconder as fontes."
- Albert Einstein

"O burocrata acerta nove vezes em dez. O criativo erra nove vezes e acerta uma. Entretanto, uma vez que acerta, abre caminhos para a humanidade."
- Domenico di Masi Sociólogo italiano
- no programa Roda Vida, exibido em 04/01/1999, citado na obra "O melhor do Roda Viva: o mais antigo e respeitado programa de entrevistas da TV : Internacional", página 129; Por Paulo Markun, Fidel Castro, Paulo Markun, Fidel Castro; Publicado por Conex, 2005; ISBN 8575940562, 9788575940563; 286 páginas

"Criatividade é inventar, experimentar, crescer, correr riscos, quebrar regras, cometer erros, e se divertir."
- Mary Lou Cook

Descobrindo a Arteterapia

Esse é o trabalho que fiz para a disciplina do primeiro módulo do curso de Especialização em Arteterapia.



RELATO DE EXPÊRIENCIA MÓDULO I



Tudo aconteceu muito rápido, de forma muito inesperada, em princípio eu não iria estudar aqui, pois iria me mudar para Buenos Aires. Só que mais uma vez quando eu menos esperava a escrita da minha vida mudou e o que era certo, a viagem, não aconteceu porque novas possibilidades apareceram por aqui. Sendo assim, como já tinha vontade de fazer esse curso, resolvi então marcar a entrevista e enfim participar de mais essa novidade na minha vida.




No primeiro dia de aula, aquela sensação de tudo novo, lugar desconhecido, pessoas desconhecidas, curso desconhecido, afinal não tinha noção do que é Arteterapia, e só pra deixar claro ainda não tenho. Quando fomos para a sala no andar de cima e nos disseram que formássemos duplas pensei, e agora? Bom, não conheço ninguém, vou deixar as pessoas escolherem, e assim foi, só que eu fiquei por último e não tinha dupla para mim, comecei mal pensei, será que vai ser assim, que vou fazer as atividades sozinho. Pensamento de inicio de curso. Mas mesmo assim achei essa atividade introdutória muito interessante, pois fomos recepcionados de uma forma tão carinhosa e alegre com a música que a professora Selma cantava: “Seja bem-vindo fulano, seja bem-vindo ciclano, na turma de Arteterapia você veio pra ficar”, que já me senti extremamente estimulado a essa longa caminhada de formação em Arteterapia.

Seguindo nosso primeiro encontro, já na segunda atividade tínhamos que fazer coisas que seriam um pouco difíceis para quem estava no primeiro dia de aula. Tínhamos que nos abraçar, beliscar, tocar, tudo isso ao som de uma forma de o que na educação física chamamos de jogos cantados ou roda cantada. A musica era assim: “Bate com a mão, bate com o pé, pra entrar na casa do Zé, mas pra entrar você tem que...... “ . Aí a professora dizia o que era preciso fazer pra entrar na casa do Zé. Essa atividade foi muito divertida e descontraiu a turma, iniciando o processo de transformação de desconhecidos em um grupo. A partir dessa atividade já podíamos observar as pessoas mais a vontade, mais soltas, mais dispostas a falar a trocar experiências.

Depois então dessas atividades introdutórias e que proporcionaram a descontração, iniciamos a apresentação um pouco mais formal, com nome, profissão, expectativa do curso, porque quis fazer o curso. Nesse momento fiquei bem atento para escutar meus colegas, pois considero esse momento muito importante, onde aprendemos um pouco mais de cada um. E nessa apresentação pude perceber que a turma é muito heterogênea, possui uma diversidade cultural muito grande o que para mim é muito enriquecedor.

Ainda nesse primeiro dia do primeiro encontro, tivemos um momento de aula teórica, que é necessário, onde conhecemos um pouco da história da arte terapia, onde falamos de arte, de história, de como acontece a Arteterapia. Muitas dúvidas surgiram, muita ansiedade, todo mundo querendo saber tudo já no primeiro dia, muitos medos, pessoas que não tem muito contato com Arte preocupadas, pessoas que não tem muito contato com Psicologia também preocupadas, querendo saber como vamos fazer para suprirmos essas carências. Notava-se que eram dúvidas de iniciantes.

Após esse momento de aula expositiva, voltamos para a sala no andar de cima e aí começamos uma atividade que eu particularmente achei muito boa. Primeiro tínhamos que escolher a cor da cartolina, branca, verde, amarela, rosa e azul, de acordo com o momento de vida,ou seja cada um escolheria a cor que demonstrasse melhor o sentimento e o momento de vida de cada um. Eu escolhi branco, pois considerei meu momento sendo de transformação, de aposta, de tentativa, de incertezas também, e como branco é a cor que tem todas as cores eu pensei que responderia melhor ao meu momento, e assim cada um escolheu sua cor. Feito isso, teríamos que nos juntar com as pessoas que escolheram a mesma cor. Foi feito um grupo com cinco pessoas que escolheram branco. A atividade então era construir uma jangada que representaria o meio de transporte que iríamos usar para essa longa viagem de dois anos. E nessa jangada deveríamos colocar nossos sentimentos, nossas emoções, o que queríamos levar para essa viagem, o que queríamos buscar nessa viagem e o que gostaríamos de deixar para trás nessa viagem.





A professora Selma colocou uma música de Caymi, escutamos e começamos a colocar a mão na massa. Tínhamos uma infinidade de materiais para usar na construção da jangada. Usamos cartolina, palitos de picolé e de churrasquinho, papel celofane, fizemos trocas com outros colegas que tinham cartolina de outras cores, foi muito bom fazer essa atividade no começo do final de semana. Fizemos a jangada e dentro dela colocamos o que queríamos levar na viagem coisas tipo esperança, amor. Na ponta da frente colocamos um caniço com um anzol para pescarmos as coisas que queríamos buscar, encontrar nessa viagem como conhecimento, amizade entre outras coisas e na parte de trás estavam às coisas que deixamos o que não queríamos levar na viagem como preconceito, angustia e todas as coisas ruins.

No segundo dia de aula do primeiro módulo tivemos uma atividade que foi expressar graficamente, fazer uma transposição em um papel do sentimento, sensação que reflita a expressão do momento atual de cada um. O desenho que fiz foi o de um dado, no lado direito o coração e no lado esquerdo o cérebro. No dado coloquei números pares e na parte superior coloquei um pincel, uma lata de tinta, uma bola de handebol, coisas relacionadas à minha vida. O que representei aí nesse desenho foi o momento de aposta que atualmente passo. Apostas em relação a trabalho, amor, vida no geral. Momento de trocas, de aberturas de novas possibilidades.


Gostei muito dessa atividade, pois pude perceber através de um desenho meu momento atual, visualizar pontos que não havia me dado conta. Senti-me muito a vontade nessa atividade, pois expressei meu sentimento de forma livre.

Para mim a ultima atividade foi a que mais me emocionou e me fez ver que estamos formando um grupo. Foi feita uma colagem das músicas preferidas de cada um. Quando fosse colocada a música cada um deveria se expressar como quisesse. Como a música que escolhi é uma música que me traz muitas lembranças, e todas boas, eu me emocionei muito, comecei a chorar e fui a cada colega e cumprimentei cada um como se já os conhecesse de muito tempo. Senti-me acolhido pelo grupo, parte desse grupo, tranqüilo, à vontade.

Enfim, depois desses dois dias de aula, senti que uma semente de transformação já foi plantada em mim e que aos poucos, em cada módulo ela vai ser regada até surgirem os frutos da Arteterapia.

RAFAEL KELLETER